A corrida ao ouro branco já se faz no mundo inteiro

Essencial para fabricar baterias de equipamentos eletrónicos e de veículos elétricos, o lítio tem gerado uma procura mundial cada vez mais intensa e são vários os países que intensificam a investigação por aquele que já é considerado o “ouro branco” da transição energética. A sua versatilidade de utilização é enorme, pelo que o aumento da exploração do lítio tem vindo a detetar recursos nos mais variados países do Mundo.

Neste campo, importa, desde já, distinguir o que são recursos de lítio e reservas de lítio. No primeiro caso, referimo-nos à quantidade total de lítio que existe num determinado local, seja de forma descoberta ou estimada, independentemente de ser economicamente viável ou tecnicamente possível de se extrair. E, aqui, salta à vista o denominado “Triângulo do Lítio” – situado na América do Sul e composto por Bolívia, com 23 milhões de toneladas (MT), Argentina (22 MT) e Chile (11 MT) –, o qual já conta atualmente com investimento estrangeiro direto da China. Tudo porque, embora os depósitos ali localizados correspondam a mais de 60% dos recursos mundiais de lítio, a produção ainda está abaixo do seu potencial sobretudo devido à falta de capacidade tecnológica para as atividades de extração e refinaria.

Espalhado pelos cinco continentes mundiais, o lítio situa-se maioritariamente na América do Sul, Ásia e Europa – no Velho Continente, o país com maiores recursos (3,8 MT) é a Alemanha – mas existem atualmente 52 projetos de exploração mineral com foco no lítio por todo o Mundo, dois deles em Portugal (Mina do Barroso e Guarda).

Portugal em destaque nas reservas e produção

Já quanto às reservas – parte dos recursos que são economicamente viáveis para extração com os atuais métodos técnicos e económicos –, é no Chile que se encontra o maior número, com 9,3 MT, seguido da Austrália (6,2 MT), fechando o pódio a Argentina (3,6 MT). Nesta lista, saliente-se a posição de Portugal que, com 60 mil toneladas, é o 9º país com mais reservas de lítio no Mundo e o maior europeu.

No setor da produção de lítio, Portugal ascende mesmo ao 8º lugar – igualmente o maior europeu – com 380 toneladas, numa lista que é liderada pela Austrália (86 mil toneladas), com números que quase dobram os do 2º classificado, Chile (44 mil toneladas). Nota para a China que ocupa o 3º lugar, com 33 mil toneladas produzidas, mais 29 mil do que produzia há 10 anos (4 mil toneladas).